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O dólar cai para seu nível mais baixo em três anos!

13h15 ▪ 6 min de leitura ▪ por Luc Jose A.
Investimento

Enquanto a Wall Street atinge recordes seguidos, o dólar despenca a um ritmo sem precedentes desde 1973. Essa divergência não é casual. Ela reflete uma mudança global alimentada por tensões geopolíticas, um Federal Reserve sob pressão política e incertezas macroeconômicas. Os marcos estão se desfazendo, os mercados buscam refúgios. Nesta reorganização silenciosa, mas brutal, as criptomoedas se reafirmam no campo estratégico, impulsionadas por sua lógica descentralizada diante da instabilidade das moedas estatais.

Un billet de dollar avec un visage affolé tombe d’un gratte-ciel financier (Wall Street) la tête en bas.

Em resumo

  • 26 de junho de 2025 marca um dia histórico: os mercados acionários atingem novos patamares enquanto o dólar despenca abruptamente.
  • O S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones registram altas espetaculares, impulsionados pela tecnologia, euforia dos investidores e uma trégua entre Israel e Irã.
  • Paralelamente, o dólar atinge seu menor nível em três anos, com queda superior a 10% desde o início do ano.
  • A queda do dólar enfraquece a confiança nas instituições monetárias e alimenta a alta do ouro e as expectativas em torno das criptomoedas.

Wall Street decola, impulsionada pela tecnologia e um surto geopolítico

Apesar da fragilidade dos mercados diante da incerteza econômica, o S&P 500 subiu 0,80% para alcançar 6.141,02 pontos, uma alta espetacular de mais de 23% desde seu ponto mais baixo em abril, ao fechamento desta quinta-feira, 26 de junho. O Nasdaq saltou 0,97% para 20.167,91 pontos, enquanto o Dow Jones ganhou 0,94%, chegando a 43.386,84.

Essa recuperação, iniciada em um contexto de extrema incerteza, acelerou graças a um inesperado relaxamento diplomático no Oriente Médio. Um cessar-fogo entre Israel e Irã foi anunciado após quase duas semanas de tensões militares, sob a égide de uma mediação americana.

Na esteira desse relaxamento, os mercados retomaram um apetite pronunciado pelo risco. Os traders se jogam na tecnologia, ações de crescimento e nos segmentos mais arriscados do mercado, impulsionados pela esperança de que o presidente Trump adote uma postura mais moderada na frente comercial.

Além dos índices acionários, outros indicadores econômicos também reagiram a esse ambiente mais favorável. Observa-se em particular:

  • Uma recuperação nos preços do petróleo, com o Brent terminando a US$ 67,73 o barril (+0,07%) e o WTI a US$ 65,24 (+0,49%), sustentada pela perspectiva de negociações nucleares com o Irã;
  • Um renovado otimismo global, com os mercados europeus também registrando altas, como o índice paneuropeu STOXX (+0,09%), e o índice MSCI dos mercados mundiais alcançando um novo recorde em 909,47 pontos;
  • Uma aposta crescente em um relaxamento comercial, com investidores antecipando uma redução parcial das ameaças tarifárias americanas, aguardando negociações programadas com vários parceiros internacionais antes da data limite de 9 de julho.

Esses movimentos refletem um reposicionamento rápido dos operadores, que veem nessa calmaria geopolítica uma oportunidade para se realocarem em ativos de risco. Contudo, esse entusiasmo baseia-se em fundamentos ainda frágeis: nem a questão iraniana nem as tensões comerciais estão realmente resolvidas. O risco de reversão permanece presente.

A queda abrupta do dólar e a crise do Fed

Enquanto os holofotes se concentram na disparada do mercado de ações, outro movimento, mais discreto, mas potencialmente carregado de consequências, está em curso: o colapso do dólar.

O índice DXY, que mede o dólar frente a uma cesta de moedas principais, caiu 0,43% no dia e agora despenca mais de 10% desde o início do ano. Se essa tendência continuar, será a pior primeira metade de ano para o dólar desde a adoção das taxas de câmbio flutuantes no início dos anos 1970.

O contexto dessa queda não é nada trivial. O presidente Trump consideraria substituir Jerome Powell, atual presidente do Federal Reserve, antes do término de seu mandato previsto para maio próximo. Tal cenário questionaria diretamente a independência do banco central americano, um princípio fundamental aos olhos dos investidores internacionais.

Wasif Latif, diretor de investimentos da Sarmaya Partners, resume a situação: “o mercado reconhece que, cedo ou tarde, Powell sairá de cena e seu sucessor provavelmente será mais complacente, ou até politicamente alinhado”.

A perspectiva de um presidente do Fed mais conciliador, ou seja, favorável a cortes de juros mais rápidos, alimenta expectativas de flexibilização monetária. As taxas dos títulos já refletem essa dinâmica: o rendimento do título americano de 10 anos caiu para 4,248%, seu nível mais baixo em sete semanas, e o de 2 anos recuou para 3,721%.

Essa queda nos rendimentos, combinada com a perda de confiança no dólar, incentiva alguns investidores a se posicionarem em ativos de refúgio como o bitcoin ou o ouro, cujos contratos futuros são negociados a US$ 3.348 por onça.

O impacto dessa mudança no mercado de criptomoedas pode ser considerável. Se a dúvida se estabelecer duradouramente sobre a credibilidade do Fed, especialmente quanto a uma possível demissão de Powell, ativos descentralizados como o bitcoin podem reconquistar seu apelo como alternativa monetária. A história recente mostrou que períodos de queda do dólar combinados a taxas reais negativas são um terreno fértil para criptomoedas.

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Luc Jose A.

Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.

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