O Dólar sobe e afunda os mineradores de ouro

Os mercados de ouro vacilam, levando consigo os gigantes da extração aurífera. Enquanto o dólar americano se impõe com vigor, o metal amarelo perde terreno, e as empresas mineradoras sofrem os impactos. Uma tempestade monetária atinge um setor já sob tensão… será que vai sobreviver?

O Dólar em ascensão: um revés para o Ouro

Dois meses após o aviso do Goldman Sachs sobre uma alta do dólar, a previsão se confirma: o índice DXY atingiu 99,44 em 31 de maio de 2025, com alta de 0,11% em um dia. Esse impulso é alimentado pelas expectativas de políticas monetárias mais rígidas do Federal Reserve. Resultado: o ouro torna-se menos atraente para investidores estrangeiros. A onça caiu 0,6%, para 3.296,30 dólares — comparado ao seu pico de 3.499 dólares — apagando os ganhos recentes e despertando dúvidas sobre seu status de reserva de valor.

Uma dinâmica que afeta diretamente as empresas mineradoras de ouro, cujas ações registram quedas significativas:

• Newmont: queda próxima a 1%;
• Barrick Gold: recuo equivalente;
• AngloGold Ashanti (África do Sul): -2%;
• Sibanye Stillwater: -1,8%;
• Harmony Gold: -1,4%;
• Agnico Eagle Mines (Canadá): -1%;
• Kinross Gold: -1%.

Esse movimento de queda massivo reflete a fragilidade estrutural do setor aurífero diante dos choques monetários e da dependência do preço do metal precioso.

Os mineradores de Ouro diante da tempestade monetária do Dólar

Os mercados seguram a respiração com a aproximação da reunião do Fed em junho. Entre crescimento fraco, consumo em queda e emprego incerto, o dilema persiste. Queda das taxas em junho? A preocupação cresce diante de uma economia frágil. A virada monetária permanece, portanto, altamente incerta. Sob essa pressão monetária, as mineradoras se adaptam:

• Redução dos custos operacionais para preservar margens;
• Hedging financeiro contra as flutuações do dólar;
• Diversificação geográfica e mineral para limitar riscos sistêmicos.

A sobrevivência deles dependerá da capacidade de navegar neste ciclo restritivo.

Quais margens de manobra para um setor esgotado?

Enquanto os preços do ouro estão em queda, as receitas dos mineradores de ouro despencam, criando um modelo econômico frágil: custos de extração elevados, confrontados justamente com um ouro volátil. Nesse contexto, algumas escolhas tornam-se inevitáveis e aqui estão os alavancas ainda disponíveis:

• Congelar projetos com alta intensidade de capital;
• Revisar planos de investimento de longo prazo;
• Explorar jazidas com menor custo marginal;
• Negociar acordos comerciais ou fusões para consolidar balanços.

Cada decisão estratégica poderá determinar a sobrevivência ou desaparecimento de atores principais do setor aurífero. Nesse contexto de fragilidade, alguns investidores desviam sua atenção para o bitcoin, visto por alguns como uma nova reserva de valor.

O ouro, eterno barômetro das incertezas econômicas, oscila hoje sob o peso de um dólar que se tornou demasiado poderoso. No entanto, um projeto de lei americano causará a perda deste Dólar, segundo Peter Schiff. Mas enquanto esse dia fatídico não chega, é justamente a cadeia de valor mineradora que paga o preço alto. A resiliência se forja na adversidade. Só resta ter forças para resistir tempo suficiente e se recuperar.