O Japão considera ETFs de cripto e um imposto unificado sobre os ganhos
E se os Estados Unidos realmente se tornassem o número 1 mundial em cripto? Por trás desse título anunciado, serão necessários muitos golfinhos. Então, quem seguirá? Uma Europa com 27 votos? Uma China voluntariamente protecionista? O Oriente Médio impulsionado pelo petróleo? Talvez um outsider. Nas últimas semanas, um sopro vindo do Oriente voltou a ganhar destaque. Um arquipélago balançado por tufões, mas também agitado por ambições bem calculadas: o Japão. Um país por muito tempo receoso em relação às criptomoedas, mas que parece, de repente, decidido a desempenhar um papel importante. E a fazê-lo seriamente.
Em resumo
- O Japão quer classificar as criptomoedas como produtos financeiros e finalmente lançar seus ETFs de Bitcoin.
- Uma reforma propõe alinhar a taxa de criptomoedas a 20%, como para ações tradicionais.
- Mais de 12 milhões de contas ativas mostram um interesse crescente por ativos digitais.
- Metaplanet transfere 5 bilhões para os Estados Unidos devido à falta de clareza jurídica em Tóquio.
O samurai fiscal das criptomoedas: adeus à tributação de 55%?
“As criptomoedas são produtos financeiros“: essa frase, aparentemente inocente, causa um verdadeiro abalo regulatório em Tóquio, onde a questão da reserva nacional de bitcoin tornou-se atual. É o que propõe a FSA (Agência de Serviços Financeiros), em um relatório publicado no final de junho de 2025. Objetivo: transferir os ativos digitais do âmbito dos pagamentos (Payment Services Act) para o dos investimentos (Financial Instruments and Exchange Act).
O interesse? Simples: permitir a criação de ETFs de cripto e estabelecer uma tributação uniforme de 20%, alinhada às ações. Acabou o limite de 55% sobre ganhos de capital. Espaço para um tratamento justo entre finanças tradicionais e investimentos digitais.
Por que essa mudança agora? Porque a concorrência está se intensificando. Os Estados Unidos agora permitem ETFs de Bitcoin à vista. E mais de 1.200 instituições financeiras já participam, segundo o relatório da FSA.
E porque o Japão quer atrair investidores. “O novo capitalismo” defendido por Kishida aposta no investimento. E as criptomoedas podem se tornar um alavancador de atratividade para Tóquio. Um pouco como a Suíça ou Dubai, mas com sushi no final.
A ascensão silenciosa de um gigante adormecido
O Japão, esse gigante econômico às vezes discreto, possui mais de 12 milhões de contas ativas de cripto. Isso é mais do que os detentores de obrigações corporativas ou ativos Forex no país. Esse número, por si só, ilustra uma transformação profunda das finanças japonesas.
O país havia se mostrado reticente após o escândalo Mt.Gox. Mas o vento está mudando. Em março de 2025, a SBI VC Trade obteve uma licença oficial para gerenciar stablecoins lastreados em USDC. Em abril, o gigante SMBC assinou um acordo com a Ava Labs para testar stablecoins atrelados ao yen e ao dólar.
Os stablecoins são apenas um passo. O país mira mais longe: a tokenização de ativos reais (ações, imóveis, títulos), a proteção reforçada dos investidores e a abertura gradual aos ETFs de Bitcoin. O Japão está mudando, devagar, mas com certeza.
O relatório observa que a participação dos jovens investidores em criptomoedas ultrapassa a dos investimentos em ações tradicionais. As novas gerações querem liquidez, liberdade e tecnologias transparentes.
Migração do capital cripto: Tóquio diante do chamado das sereias americanas
Se Tóquio quer manter seus talentos e capitais, terá que agir. E rápido. A prova? Metaplanet, empresa listada em Tóquio, anunciou uma transferência de 5 bilhões de dólares para sua subsidiária americana para… comprar bitcoin.
Por que partir? Adam Livingston resume bem a situação:
Os Estados Unidos oferecem maior clareza jurídica e melhor acesso aos mercados financeiros.
Jurisdição mais flexível, liquidez mais profunda e ferramentas como os convertible bonds em abundância.
É um golpe duro para Tóquio. Porque esse capital era japonês. Poderia alimentar os mercados locais. Agora servirá para outra coisa: fortalecer o tesouro de guerra americano em bitcoin.
Mas essa partida também é um alerta. Se as reformas não avançarem, o Japão corre o risco de ver outras Metaplanet se afastarem.
Alguns números-chave:
- Mais de 12 milhões de contas ativas de criptomoedas no Japão;
- 5.000 bilhões de yens em ativos cripto nas plataformas;
- Taxa atual de tributação sobre criptomoedas: até 55%;
- Meta de taxa: 20%, como para ações;
- Crescimento estimado do mercado cripto japonês: +3,44% em 2025 (fonte Statista).
O Japão, como muitas outras potências econômicas, enfrenta uma montanha de dívidas. Quando as margens de manobra fiscal diminuem, quando o crescimento estagna e os jovens se voltam para o bitcoin, a cripto se torna mais que um ativo: uma alternativa. Uma possível resposta a um beco sem saída orçamentário. E talvez uma alavanca inesperada para redesenhar o futuro econômico do país.
Maximize sua experiência na Cointribune com nosso programa "Read to Earn"! Para cada artigo que você lê, ganhe pontos e acesse recompensas exclusivas. Inscreva-se agora e comece a acumular vantagens.
La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose
As opiniões e declarações expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor e não devem ser consideradas como recomendações de investimento. Faça sua própria pesquisa antes de tomar qualquer decisão de investimento.