O Japão valida um plano de estímulo colossal de 17.000 bilhões de ienes
A França não está mais sozinha em ver sua dívida pública explodir. Os Estados Unidos estão afogados em trilhões. E longe dos holofotes, o Japão também enfrenta uma onda econômica. À sombra de suas grandes metrópoles bem organizadas, o país do Sol Nascente luta contra uma crise silenciosa: escassez de mão de obra, desaceleração dos investimentos, envelhecimento acelerado… Resultado? Tóquio tira a artilharia pesada. Um plano de estímulo de mais de 17.000 bilhões de ienes acaba de ser validado pelo governo Takaichi. Colossal, mas suficiente?

Em resumo
- O Japão injeta 17.000 bilhões de ienes para salvar uma economia minada pela demografia.
- Em 2024, 309 empresas fecharam, incapazes de recrutar pessoal qualificado suficiente.
- A hotelaria investe apenas 20.000 ienes por funcionário contra 450.000 em outros setores econômicos.
- Projetos importantes, como o da TOC, foram adiados até 2036 por falta de recursos humanos.
Japão: um estímulo impulsionado pelos ienes, mas em falta de braços
Afundando sob uma montanha de dívidas e um clima econômico tenso, a chefe do governo, Sanae Takaichi, decidiu agir com força. Para reanimar a economia, ela aposta em um orçamento de mais de 110 bilhões de dólares, financiado por um aumento orçamentário de 14.000 bilhões de ienes. Uma resposta vigorosa aos preços que disparam, e sobretudo, a um modelo econômico sob respiração artificial.
Mas a economia japonesa tem um problema muito mais profundo: não tem braços suficientes para funcionar. Em 2024, 309 empresas declararam falência devido à escassez de pessoal. E os números são duros: 16.000 bilhões de ienes de perdas por ano, ou 2,6% do PIB evaporam. Hotéis, casas de repouso, restaurantes… todos estão passando por dificuldades.
Makoto Ono, que administra um hotel em Nikko, viu 40% de seu pessoal desaparecer desde a pandemia. Resultado? Metade dos quartos permanece vazia, mesmo na alta temporada turística. Uma hemorragia que freia toda recuperação. E sem trabalhadores, até os melhores planos de estímulo ficam paralisados.
IA no país dos robôs: promessa ou ilusão industrial?
O governo aposta alto na tecnologia. Um dos eixos principais do plano: a IA (inteligência artificial). O Japão pretende injetar 10.000 bilhões de ienes até 2030 nos setores de IA e semicondutores. Uma aposta arriscada, mas estratégica. A ideia? Ganhar em produtividade para compensar a falta de mão de obra.
Mas no campo, a realidade é menos gloriosa. Nos hotéis, investe-se apenas 20.000 ienes por funcionário em softwares. É vinte vezes menos que a média nacional. O contraste é impressionante: um país conhecido por seus robôs, mas que não automatiza seus setores em crise.
Em alguns casos, as empresas preferem cancelar serviços do que contratar temporariamente. Como em Saitama, onde a cooperativa Co-op Deli suspendeu suas entregas por cinco dias neste verão. A causa: onda de calor e falta de entregadores. Isso custou caro… mas recorrer a temporários teria custado ainda mais.
O estímulo pela tecnologia é atraente, mas o Japão ainda não está pronto. Seria necessária uma modernização massiva das PME e uma estratégia de formação. E sem isso, a inteligência artificial corre o risco de ser apenas uma bela vitrine sem motor.
Uma economia em armadilha: crescimento, dívidas e ilusões
Por trás dos números vertiginosos do estímulo, um mal-estar profundo atravessa a economia japonesa. Desde 2019, as grandes empresas não cumpriram 10% de seus projetos de investimento. Em 2024, 1,9 trilhão de ienes foram deixados na mesa. Arriscado demais, pouca visibilidade, e sobretudo, um medo surdo do futuro.
Até mesmo gigantes como a TOC adiam seus canteiros. Em Tóquio, um arranha-céu de 13 andares deveria ser demolido para dar lugar a uma torre mais rentável. Mas diante da explosão dos custos de mão de obra, o projeto foi adiado para… 2036. Isso mostra a dimensão do congelamento.
Takaichi tenta reformar a legislação trabalhista, mas as horas extras limitadas a 720 por ano restringem a flexibilidade. E os auxílios direcionados – vales-alimentação, redução das contas de gás – não resolvem a questão estrutural do envelhecimento e da falta de renovação.
Números e realidades para lembrar:
- 309 empresas faliram em 2024 por causa da falta de mão de obra;
- 2,6% do PIB evaporam a cada ano devido a essa escassez;
- O setor hoteleiro investe 20.000 ienes por funcionário em digital… contra 450.000 em outros setores;
- 1,9 trilhão de ienes de investimentos privados abandonados em 2024;
- Meta de 10.000 bilhões de ienes até 2030 em IA e semicondutores.
Enquanto alguns analistas americanos veem as criptomoedas como ferramenta potencial contra a inflação e a dívida, o Japão não fica para trás. Rumores sobre uma reserva nacional de bitcoin estão ressurgindo. Em uma economia em mutação, a virada para ativos digitais pode marcar o próximo capítulo da estratégia nipônica.
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