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Queda do dólar frente ao euro: Aqui está o motivo pelo qual isso é apenas o começo

Tue 10 Jun 2025 ▪ 6 min de leitura ▪ por Fenelon L.
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Desde o início do ano, o dólar despenca frente ao euro e outras moedas principais. Uma dinâmica que parece estar longe de terminar. Os mercados se ajustam a um contexto geopolítico incerto, alimentado pelas decisões econômicas da administração Trump. Até onde vai a queda do dólar?

O euro personificado como um super-herói, alto e confiante, com um traje azul adornado com o símbolo “€”. Com os braços abertos e a capa esvoaçante, ele agarra no ar um investidor em pânico que cai de um prédio ao fundo, adornado com um grande símbolo do dólar “$”.

Em resumo

  • O dólar perdeu mais de 9% frente ao euro desde janeiro, uma tendência que está acelerando.
  • A política comercial agressiva de Donald Trump alimenta uma perda massiva de confiança.
  • Os investidores se afastam dos ativos americanos, ampliando a pressão sobre a moeda.
  • Diversos grandes bancos prevêem um euro acima de 1,20 dólar até o final de 2025.

O dólar americano perdendo velocidade nos mercados

A queda vertiginosa do dólar tem suas raízes nas incertezas da administração Trump. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu na segunda-feira suas previsões de crescimento dos EUA para 1,6% em 2025, contra 2,2% anteriormente e 2,8% em 2024. Essa revisão drástica reflete diretamente o impacto das tarifas de importação anunciadas por Donald Trump.

Se as novas tarifas de importação podem incentivar maior produção nos Estados Unidos, o aumento nos preços das importações reduzirá a renda real dos consumidores“, explica a OCDE.

A organização internacional aponta um paradoxo econômico: as tarifas alfandegárias destinadas a proteger a economia americana acabam por sufocá-la.

As hesitações de Trump em sua política comercial criam uma grande incerteza. Usar as tarifas como arma diplomática não só irritou os parceiros comerciais, mas também abalou a confiança dos investidores internacionais. Essa instabilidade política resulta em uma fuga massiva de capitais para refúgios mais seguros.

O projeto orçamentário de Trump, seu famoso “big, beautiful, bill”, agrava ainda mais a situação. Goldman Sachs alerta que esse projeto resultará em déficits orçamentários prolongados, alimentando os desequilíbrios na balança corrente americana. Um coquetel explosivo que mina a credibilidade do dólar.

Um dólar fragilizado por muito tempo!

O Bank of America identifica o fenômeno central: “Nas últimas semanas, o tema dominante no mercado tem sido a reavaliação pelos investidores mundiais de suas grandes exposições ao dólar“. Essa “rotação de portfólio” massiva faz com que o capital fuja dos ativos americanos para se redistribuir na Europa.

Um paradoxo de mercado ilustra perfeitamente essa desconfiança. Desde abril, os rendimentos dos títulos americanos subiram de 4% para 4,6%, enquanto o dólar caiu 5%. Normalmente, o aumento dos juros fortalece uma moeda. Aqui, acelera a fuga dos investidores.

O Deutsche Bank temia em abril “uma crise de confiança” sobre a moeda americana. Hoje, o banco alemão estima que “o dano já foi feito”.

As ameaças de Trump contra Jerome Powell, presidente do Fed, adicionaram uma camada extra de incerteza. O UBS destaca que “só o fato de discutir a independência do Fed aumentou os riscos extremos“.

Essa crise de confiança vai além do âmbito econômico. Ela reflete uma profunda questionamento da hegemonia americana. Os investidores antecipam um mundo multipolar onde o dólar não será mais a referência absoluta. Essa antecipação torna-se uma profecia auto-realizável.

Rumo a um euro a 1,25 dólar?

As previsões dos grandes bancos convergem para um fortalecimento duradouro do euro. Morgan Stanley aposta em 1,25 dólar até 2026, contra 1,14 atualmente. Deutsche Bank vê o euro a 1,20 dólar no final de 2025, depois 1,25 em dezembro de 2026. Nomura antecipa 1,20 dólar já no final do ano.

Essa convergência reflete uma mudança estrutural. A Europa se orienta para uma expansão orçamentária, com a Alemanha que levanta seu freio da dívida para aumentar os gastos com defesa. Paralelamente, a zona do euro exibe crescimento superior a 1%, contrastando com as perspectivas americanas degradadas.

O Bank of America alerta que “qualquer alta do dólar no curto prazo será finalmente vista como uma oportunidade de venda“. Essa frase resume o estado de espírito do mercado: o dólar não é mais visto como um porto seguro, mas como um ativo para ser vendido.

A política monetária acentua essa tendência. O Fed hesita em cortar suas taxas enquanto a inflação permanece alta. Por outro lado, o Banco Central Europeu dispõe de maiores margens de manobra. Essa divergência monetária favorável à Europa reforça a atratividade do euro.

Às vésperas de um terremoto monetário mundial

O dólar não é mais o que era. Essa retração, alimentada por escolhas políticas mal calibradas, pode se transformar em uma tendência estrutural.

Como dizia Voltaire, “uma moeda de papel, baseada apenas na confiança no governo que a emite, sempre acaba voltando ao seu valor intrínseco, ou seja, zero“. Uma frase visionária, que hoje ganha um significado particular.

A desdolarização não é mais um fantasma geopolítico, mas uma onda profunda. E não, não é o euro, nem outra moeda fiduciária que naturalmente substituirá o dólar – pelo menos, não uma moeda tradicional.

Neste contexto de crescente instabilidade monetária, talvez seja hora de olhar para as alternativas. Bitcoin, por exemplo, merece toda sua atenção. Longe dos dogmas bancários, pode muito bem se tornar uma ferramenta de preservação em caso de ruptura sistêmica, agora quase inevitável.

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Fenelon L.

Passionné par le Bitcoin, j'aime explorer les méandres de la blockchain et des cryptos et je partage mes découvertes avec la communauté. Mon rêve est de vivre dans un monde où la vie privée et la liberté financière sont garanties pour tous, et je crois fermement que Bitcoin est l'outil qui peut rendre cela possible.

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