Relatório CoinGecko T2 2025: Bitcoin domina um mercado cripto em alta de 24%

O segundo trimestre de 2025 ficará para a história como um marco importante para o mercado de criptomoedas. Após um início de ano difícil marcado por tensões geopolíticas e incertezas regulatórias, o ecossistema cripto mais uma vez demonstrou sua impressionante capacidade de resiliência. O relatório trimestral da CoinGecko, referência indispensável na análise cripto, revela números que falam por si só: um crescimento de 24% e um aumento sem precedentes da confiança institucional.

Esta análise aprofundada do relatório CoinGecko T2 2025 disseca as principais tendências que moldaram o trimestre, desde a dominação reforçada do Bitcoin até as novas aprovações de ETFs, passando pelo crescimento acelerado dos memecoins e a evolução das finanças descentralizadas.

O mercado recupera a cor: 663 bilhões de dólares de crescimento

O número que resume o trimestre é impressionante: a capitalização total do mercado de criptomoedas saltou de 2,8 trilhões para 3,5 trilhões de dólares, um aumento fenomenal de 663,6 bilhões de dólares representando 24,0% de crescimento. Essa recuperação espetacular sucede a queda brusca de abril, provocada pela escalada das tensões entre Irã e Israel que causou pânico em todos os mercados financeiros.

Paradoxalmente, essa explosão das valorizações vem acompanhada de uma queda significativa nos volumes de troca, que caem para 107,8 bilhões de dólares (-26,2% em relação ao trimestre anterior). Esse fenômeno reflete uma mudança fundamental de comportamento: os investidores agora privilegiam a conservação de seus ativos cripto em detrimento das trocas especulativas frequentes. Um sinal de maturidade do mercado que se aproxima dos padrões das finanças tradicionais.

Essa evolução acompanha uma convergência crescente com os mercados de ações tradicionais. A correlação entre criptomoedas e o S&P 500 alcança agora 0,88, evidenciando a integração progressiva dos ativos digitais no ecossistema financeiro global. As criptos não são mais um mercado à parte, mas parte integrante do cenário moderno de investimentos.

Bitcoin reforça sua posição dominante com 62,1% de participação de mercado

Bitcoin foi o grande vencedor deste trimestre, consolidando seu status de “ouro digital” com uma performance notável. Sua participação de mercado agora alcança 62,1% (+3,0 pontos percentuais), o nível mais alto desde o final de 2020. Essa dominação se explica por uma valorização de preços de 29,8% no trimestre, com o criptoativo subindo de um ponto baixo de 76.329 dólares em abril para 107.133 dólares no fim de junho.

O pico foi alcançado em 23 de maio com uma alta histórica de 111.560 dólares, impulsionada pela melhora geral do sentimento de mercado e pelo influxo massivo de capitais institucionais. Os ETFs de Bitcoin desempenharam papel decisivo, atraindo 12,8 bilhões de dólares contra apenas 894,3 milhões no T1. Essa multiplicação por 14 das entradas de capital demonstra o apetite renovado dos investidores profissionais pela exposição ao Bitcoin.

BlackRock confirma sua posição de líder incontestável com seu ETF IBIT, que agora controla 51,1% das participações de mercado dos ETFs de Bitcoin. Essa concentração ilustra a confiança que os investidores depositam nos gestores tradicionais de ativos para sua exposição às criptomoedas.

Tecnicamente, a rede Bitcoin atinge um marco histórico ao ultrapassar, pela primeira vez, o patamar de 1 Zettahash de poder computacional, confirmando a segurança crescente da rede. Paralelamente, a volatilidade anual cai para 42,1% contra 56,3% no T1, indicando uma estabilização progressiva do preço.

Ethereum se recupera apesar da concorrência crescente

Ethereum apresentou a melhor performance entre as cinco principais criptomoedas com um ganho de 36,4% no T2, elevando seu preço de 1.805 para 2.488 dólares. Essa recuperação notável, porém, não é suficiente para apagar as perdas do início do ano, com o Ethereum ainda abaixo do preço de abertura de 2025 de 3.337 dólares.

O sucesso dos ETFs de Ethereum é uma das histórias marcantes do trimestre. Esses fundos arrecadaram 1,8 bilhão de dólares, levando os ativos totais sob gestão para 10,3 bilhões (+60,8% em relação ao T1). BlackRock reafirma sua dominação com seu ETF ETHA, que se torna líder do segmento com 4,4 bilhões de dólares em ativos.

Apesar da concorrência feroz de blockchains alternativas, o Ethereum mantém sua posição dominante nas finanças descentralizadas com 60,8% do valor total bloqueado. Essa resiliência apoia-se especialmente nas melhorias técnicas trazidas pela atualização Pectra, que melhora a percepção da rede por desenvolvedores e usuários.

A otimização da rede traz resultados com uma redução significativa nas taxas de transação, que caem para uma média de 3,5 Gwei contra 6,9 Gwei no T1. Essa melhoria, combinada a um volume de atividade estável de cerca de 1,3 milhão de transações diárias, reforça a atratividade do Ethereum para aplicações descentralizadas.

Solana e a aprovação histórica do primeiro ETF

Solana viveu um trimestre de montanha-russa, com uma performance final de +24,1%, mas marcado por grandes oscilações. Depois de atingir um pico de 293 dólares, a criptomoeda fechou o trimestre em 153 dólares, ilustrando a volatilidade persistente desse ecossistema em crescimento.

O evento histórico do trimestre para Solana foi a aprovação, em 30 de junho, do primeiro ETF dedicado a essa blockchain: o REX-Osprey SOL+ Staking ETF. Essa primeira aprovação abre caminho para uma série de outras esperadas, com VanEck, 21Shares, Fidelity e Franklin Templeton na fila.

A atividade da rede Solana continua a crescer, com um aumento de 19,4% nos endereços ativos, tornando essa blockchain a mais dinâmica do setor. Essa vitalidade também se traduz nas finanças descentralizadas, onde Solana consolida sua segunda posição com 10,8% do valor total bloqueado.

O ecossistema de memecoins de Solana permanece particularmente atraente, captando 2,2% do interesse global dos investidores, demonstrando a capacidade dessa blockchain de atrair comunidades criativas e projetos virais.

As finanças descentralizadas recuperam seu dinamismo

O setor DeFi experimenta um renascimento, com a capitalização subindo de 96 para 115 bilhões de dólares (+19,7%). Embora sua participação relativa de mercado diminua ligeiramente para 3,34% contra 3,46% no T1, essa estabilização diante da concorrência de outros setores prova a solidez dos fundamentos.

Vários segmentos se destacam por seu crescimento excepcional. As pontes entre blockchains explodem com +41,4% de aumento, atendendo à crescente demanda por interoperabilidade em um ecossistema multi-chain. Protocolos de empréstimo seguem com +41,7%, impulsionados por players como Aave e Compound. O staking líquido, narrativa central pós-Shanghai, registra crescimento de +33,5%.

Hyperliquid é o fenômeno mais espetacular do trimestre. Esse protocolo de trading descentralizado multiplicou seu valor por 4,5 desde o T1, alcançando 1,8 bilhão de dólares, ilustrando o potencial disruptivo das plataformas descentralizadas frente às exchanges tradicionais.

Os ativos do mundo real (RWA) mantêm sua dinâmica com crescimento de +39,9%, apesar de uma participação de mercado ainda modesta de 4,6%. Essa categoria emergente simboliza a evolução do DeFi para casos de uso concretos e utilidade econômica tangível.

Memecoins e IA: as tendências que cativam os investidores

O entusiasmo por memecoins e inteligência artificial domina as notícias cripto do trimestre, essas duas temáticas juntas captando 57,1% do interesse dos investidores. Essa predominância reflete o apetite do mercado varejista por conceitos simples e virais.

As performances são espetaculares: FARTCOIN lidera com +151,7%, seguida por HYPE que realiza um retorno notável com +204,7% após uma queda de 46% no T1. PEPE consolida seus ganhos com +35,1%, confirmando a maturidade relativa de alguns projetos meme.

O efeito político se materializa através do World Liberty Financial Portfolio, que gera 11,5% de interesse, demonstrando a influência crescente de figuras públicas sobre os movimentos de capitais cripto. Essa politização do setor abre novas perspectivas, mas também novos riscos regulatórios.

A diversificação geográfica dos memecoins se acelera com Base MemeCoins (7,1%) e Sui MemeCoins (5,5%), traduzindo a democratização da criação de tokens em diferentes blockchains. No total, o interesse por IA representa 22,6% do interesse acumulado, confirmando a atratividade desse tema de futuro.

Exchanges descentralizadas vs centralizadas: um equilíbrio de forças em mudança

A revolução silenciosa do trimestre diz respeito à evolução do equilíbrio entre exchanges centralizadas e descentralizadas. A proporção DEX/CEX atinge um recorde histórico de 0,23 contra 0,13 no T1, indicando a adoção crescente das plataformas descentralizadas.

Essa transformação apoia-se fortemente na dominância da BSC (Binance Smart Chain), que representa 66% dos volumes de exchanges descentralizadas em junho de 2025, contra 53% em janeiro. PancakeSwap, principal DEX do ecossistema Binance, explode com +539,2% de volume, alcançando 392,6 bilhões de dólares, beneficiando-se especialmente do programa Binance Alpha que redireciona o tráfego para a plataforma descentralizada.

Por outro lado, as exchanges centralizadas enfrentam um período difícil, com um volume em queda de 27,7% no trimestre. Crypto.com sofreu a maior queda com -61,4%, ilustrando a dificuldade de alguns players em manter sua atratividade diante da concorrência descentralizada.

Hyperliquid confirma sua ascensão dominando 69% das participações de mercado nos contratos perpétuos descentralizados, provando que é possível competir com os gigantes centralizados oferecendo uma experiência de usuário equivalente, sem comprometer a descentralização.

Perspectivas futuras: Um T3 2025 sob alta vigilância

O segundo trimestre de 2025 marca indiscutivelmente o retorno da confiança institucional no ecossistema cripto, materializado pelo influxo recorde nos ETFs e a estabilização das valorizações. O entusiasmo do varejo por novas tendências (memecoins, IA) coexistem harmoniosamente com a sofisticação crescente da infraestrutura DeFi.

O terceiro trimestre promete ser decisivo com um pipeline de aprovações de ETFs aguardando, especialmente para Solana, XRP e Litecoin. A aproximação das eleições americanas também pode influenciar as orientações regulatórias e a adoção institucional. Os desenvolvimentos em andamento na DeFi, especialmente em torno dos ativos do mundo real e da interoperabilidade, desenham um ecossistema cada vez mais maduro e diversificado.

Aviso legal: Investimentos em criptomoedas apresentam riscos de perda de capital. Este conteúdo é produzido para fins informativos gerais, não constituindo aconselhamento de investimento. Consulte o relatório completo CoinGecko T2 2025 para uma análise detalhada.