Robinhood aceita, Strategy rejeitada : polêmica no S&P 500
A última revisão do S&P 500 faz mais do que redistribuir as cartas. Se a entrada da Robinhood, símbolo das finanças acessíveis, foi celebrada, a exclusão discricionária da Strategy, apesar de estar conforme todos os critérios técnicos, surpreende. Por trás dessa escolha, emerge uma realidade inquietante: algumas empresas expostas ao bitcoin parecem sempre persona non grata nos principais índices. Essa decisão questiona a imparcialidade do comitê e o real espaço dado ao ecossistema cripto.
Em resumo
- O S&P 500 inclui a Robinhood em sua revisão trimestral, sinalizando reconhecimento à “finança popular”.
- A Strategy, embora cumpra os critérios técnicos de seleção, foi excluída sem explicação oficial.
- O comitê do S&P 500 usou seu poder discricionário, levantando dúvidas sobre a neutralidade do processo.
- A exclusão da Strategy alimenta suspeitas de viés institucional contra empresas fortemente expostas ao Bitcoin.
Uma exclusão discricionária, apesar do cumprimento dos critérios
No âmbito da sua revisão trimestral anunciada em 3 de setembro, o S&P Dow Jones Indices revelou que a empresa Robinhood iria integrar o índice S&P 500 após uma recusa há algumas semanas, enquanto a Strategy, uma empresa fortemente exposta ao bitcoin, não seria selecionada, embora cumprisse todos os critérios de elegibilidade.
A Strategy atendia plenamente aos requisitos mínimos de capitalização de mercado, liquidez e rentabilidade. Contudo, o comitê invocou sua prerrogativa discricionária para excluí-la, sem fornecer justificativa pública. Esse poder, embora previsto nas regras, gera questionamentos quando aplicado a uma empresa considerada tecnicamente conforme.
Mais especificamente, a Strategy atendia segundo os dados disponíveis :
- Uma capitalização de mercado suficiente em relação aos limites definidos pelo S&P 500 ;
- Liquidez adequada, medida pelo volume médio diário de negociações ;
- Rentabilidade comprovada, condição indispensável para figurar no índice ;
- E uma sede nos Estados Unidos, critério geográfico exigido.
Apesar deste quadro conforme, o comitê decidiu não incluir a Strategy, o que foi interpretado por alguns analistas como uma forma de exclusão implícita das empresas expostas diretamente ao bitcoin.
A ausência de explicação oficial deixa a porta aberta para especulações, especialmente sobre um possível viés anticripto nos mecanismos de seleção. Essa decisão interpela, assim, a neutralidade do processo de integração no S&P 500.
Robinhood admitida : uma plataforma cripto para o público geral
Ao contrário da Strategy, a Robinhood foi admitida no S&P 500, uma decisão que, embora aclamada pelo mercado cripto, também provoca várias interrogações.
A plataforma de trading, conhecida por ter popularizado os investimentos em ações para um público jovem, possui também uma exposição parcial à cripto, pois oferece compra e venda de vários ativos.
No entanto, essa exposição permanece marginal em relação ao seu núcleo de atividade, centrado na corretagem de ações tradicionais e de ETF. O comitê do S&P 500 parece ter julgado essa proximidade cripto tolerável, pois integrada a um modelo mais convencional e alinhado com os padrões das finanças clássicas.
Não basta ser rentável e líquido para entrar no S&P 500, é necessário que seu modelo econômico esteja alinhado com as expectativas das finanças institucionais. A Robinhood goza de uma imagem “para o público geral”, bem estabelecida no ecossistema de mercado acionário americano.
Ela não representa uma ameaça à ordem estabelecida, ao contrário da Strategy, cujo vínculo com o bitcoin que esmagou o S&P 500, ressoa diretamente com uma lógica de desintermediação radical. Em outras palavras, as empresas cripto podem ser aceitas, desde que se integrem de forma contida às estruturas existentes.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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