Scott Bessent acabou com os sonhos dos Bitcoiners: O governo dos EUA não comprará Bitcoin

O governo dos Estados Unidos acaba com as esperanças de muitos Bitcoiners. Scott Bessent, secretário do Tesouro, anunciou que não haverá nenhuma venda de bitcoin na era Trump. Mas e quanto às compras de BTC? Uma alternativa que teria satisfeto muitos defensores da principal cripto, como a senadora Cynthia Lummis ou o famoso investidor Michael Saylor. O governo americano ficará de fora de um dos investimentos mais em destaque no momento?

O congelamento das compras de Bitcoin: uma escolha estratégica inesperada

No último dia 14 de agosto, durante sua participação no Fox Business, Scott Bessent confirmou o que muitos temiam: o governo americano não fará novas compras de bitcoin. Esse anúncio, feito após vários meses de especulações e posições públicas, surpreendeu. Os Bitcoiners esperavam que uma reserva nacionalizada de bitcoin fosse criada, assim como um banco central clássico com reservas de ouro ou dólares.

No entanto, Bessent explicou que a reserva estratégica de BTC dos Estados Unidos será abastecida apenas pelos ativos apreendidos pela justiça. “Vamos usar os ativos apreendidos e continuar a acumulá-los”, acrescentou, explicando assim que o bitcoin não será mais comprado, mas apenas armazenado após apreensões legais. 

Essa decisão põe fim às ambições daqueles que sonhavam com uma grande manobra governamental para ampliar a reserva de BTC.

O mercado das criptomoedas reagiu rapidamente: o bitcoin, que havia atingido um pico histórico de 124.457 USD, caiu abaixo de 119.000 USD em poucas horas. A decisão do governo americano não afetou apenas o mercado cripto, como também a percepção do bitcoin como moeda de reserva.

Uma estratégia orçamentária: quando a inflação se confronta com as reservas digitais

A interrupção das compras de bitcoin não significa que o governo americano está se desvinculando totalmente das criptomoedas. Segundo Bessent, os Estados Unidos continuarão a usar bitcoins apreendidos para aumentar a reserva nacional. Uma reserva que, atualmente, é estimada entre 15 e 20 bilhões de USD. 

Esse modelo se assemelha a uma estratégia de acumulação passiva, na qual o governo não busca especulação, mas sim armazenar esses ativos para gestão de crises.

Em um contexto econômico em que a dívida pública dos Estados Unidos ultrapassou 37 trilhões de USD, as reservas de bitcoin podem desempenhar um papel crucial como um ativo refúgio. 

Outros atores, como Michael Saylor, veem no bitcoin uma oportunidade para as nações se protegerem contra a inflação. Mas a prudência dos Estados Unidos mostra uma outra faceta da gestão financeira. Enquanto a reserva de bitcoin dos Estados Unidos permanece estática, a administração explora alternativas como o aumento das receitas fiscais, especialmente por meio das tarifas alfandegárias, que devem alcançar 300 bilhões de USD em 2024.

Embora essa abordagem alivie a pressão sobre o déficit, ela não responde à inflação galopante e aos riscos de desvalorização das moedas. Apesar da posição cautelosa da administração americana, vozes influentes continuam a defender o bitcoin como uma solução para esses desafios econômicos globais.

Bitcoin no cenário geopolítico: um trunfo ou um miragem para a América?

Em um mundo onde as criptomoedas se desenvolvem rapidamente, o bitcoin poderia se tornar uma ferramenta geopolítica para os Estados Unidos? A indústria cripto experimenta um crescimento acelerado, e os Estados Unidos, embora retraídos na compra direta de bitcoin, já detêm reservas significativas de ativos digitais apreendidos. A administração de Donald Trump inicialmente cogitou adquirir bitcoins por meio de estratégias neutras em orçamento, mas a suspensão das compras parece sinalizar a intenção de não entrar na corrida por reservas digitais em larga escala.

Nesse contexto, as criptomoedas, especialmente o bitcoin, tornam-se um grande desafio frente a rivais como a China. De fato, a estratégia de descentralização dos ativos poderia permitir que países como os Estados Unidos se posicionem de forma mais estratégica diante de adversários geopolíticos. 

No entanto, sem um plano ativo de compras, o bitcoin ainda parece ser visto como um ativo limitado no cenário mundial.

Embora o bitcoin possa oferecer uma alternativa a ativos mais tradicionais, como ouro ou moedas fiduciárias, a volatilidade do mercado cripto representa um risco potencial para os Estados Unidos. Ao evitar compras massivas de BTC, o governo se protege das flutuações imprevisíveis das criptomoedas. O bitcoin, nessa perspectiva, permanece um ativo pouco confiável para um país cuja estabilidade econômica depende de reservas sólidas e mais tradicionais.

Alguns fatos marcantes:

• O governo americano parou suas compras de bitcoin para se concentrar nos ativos apreendidos;
• o preço do bitcoin atingiu um pico histórico de 124.457 USD antes de cair para 119.000 USD após as declarações de Bessent;
• A reserva de bitcoin dos Estados Unidos é estimada entre 15 e 20 bilhões de USD, mas não receberá mais compras diretas;
• As tarifas alfandegárias devem gerar 300 bilhões de USD em 2024, alternativa à compra de bitcoin para redução do déficit.

Enquanto os Estados Unidos escolhem a prudência, outros países como El Salvador, Noruega e Paquistão não hesitam em investir em bitcoin. A rainha das criptomoedas se posiciona assim como uma alternativa às moedas tradicionais. Esses países fazem das criptomoedas um pilar de sua política econômica, enquanto outros, como a França, ainda ficam para trás.