Tether poderia se tornar a empresa cripto mais rentável da história

Com uma rentabilidade já superior à de muitas multinacionais, a Tether mostra uma trajetória que hoje intriga os observadores cripto. Para a Bitwise, por exemplo, sua ascensão ilustra o potencial dos atores cripto em captar uma parcela significativa dos mercados financeiros globais.

Uma dinâmica de crescimento impulsionada pela adoção global do USDT

Segundo os dados, Tether gerou cerca de 13 bilhões de dólares em lucros em 2024. Esta empresa cripto emprega menos de 200 pessoas e detém mais de 127 bilhões de dólares em títulos do Tesouro dos EUA. Ela está agora entre os 20 maiores detentores do mundo, ao lado de estados soberanos como Alemanha e Emirados Árabes Unidos.

O stablecoin USDT, emitido pela Tether, é atualmente usado por mais de 400 milhões de pessoas. O crescimento está especialmente concentrado em economias emergentes, onde o USDT se torna uma alternativa às moedas locais. O número de carteiras ativas aumenta em aproximadamente 35 milhões a cada trimestre, segundo o CEO Paolo Ardoino.

Matt Hougan, diretor de investimentos da Bitwise, acredita que se essa adoção continuar, a Tether poderia administrar até 3 trilhões de dólares em ativos. Com as taxas de juros atuais, essa exposição geraria lucros superiores aos 120 bilhões de dólares da Aramco.

Um modelo cripto que se insere em mercados de tamanho sistêmico

A Tether não se limita à emissão de stablecoins. A empresa também detém mais de 100.000 BTC, equivalentes a 11,4 bilhões de dólares. Ela investe até mesmo em setores variados:

• inteligência artificial;
• telecomunicações;
• data centers;
• infraestruturas energéticas;
• mineração de bitcoin.

Ela lançou recentemente o USAT, um stablecoin em dólar regulado destinado a usuários americanos.

A análise da Bitwise posiciona a Tether em uma dinâmica maior: a dos projetos cripto capazes de se estabelecer em mercados globais. O Bitcoin mira, por exemplo, o mercado do ouro, com uma capitalização atual de 2,3 trilhões. Ethereum e Solana focam nos pagamentos globais e nos mercados de ativos.

Diferentemente de empresas centralizadas, as blockchains cripto como Ethereum e Solana podem operar em escala planetária. Esse funcionamento permite que elas capturem parcelas de mercado que são impossíveis para um único ator alcançar.

Em todo caso, a trajetória da Tether ilustra como a cripto se integra às grandes dinâmicas econômicas globais. Se a tendência se mantiver, a empresa poderá redefinir os padrões de rentabilidade na era digital.