Trump acusa os BRICS de atacar a supremacia do dólar : Qual a verdade por trás disso ?
O dólar, pedra fundamental do sistema financeiro mundial, está mais uma vez no centro de uma controvérsia geopolítica. Donald Trump acusa os BRICS de querer minar sua supremacia. Em resposta, o Kremlin nega veementemente qualquer intenção de desestabilização, afirmando que a aliança não mira nenhuma moeda estrangeira. Por trás dessa troca tensa, uma questão persiste : os BRICS estão discretamente trabalhando para remodelar a ordem monetária mundial, ou isso é uma leitura alarmista das ambições desse bloco emergente ?
Em resumo
- Donald Trump acusa os BRICS de querer enfraquecer a supremacia do dólar americano.
- O Kremlin rejeita veementemente essas acusações, afirmando que os BRICS não miram nenhuma moeda.
- O porta-voz Dmitry Peskov lembra que o bloco visa apenas a cooperação econômica entre seus membros.
- Apesar dessa negação, alguns membros, como a China, conduzem iniciativas para reduzir sua dependência do dólar.
Um grupo para cooperação, não para confronto
Enquanto o BRICS Pay avança discretamente para contornar o dólar e desafiar o SWIFT, o Kremlin reagiu firmemente em 15 de outubro às acusações de Donald Trump, que havia classificado os BRICS como “ameaça ao dólar” e mencionado a possibilidade de impor sanções econômicas a seus membros.
A resposta de Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, foi direta e inequívoca :
- Peskov afirmou que os BRICS “nunca buscaram atacar outros países ou suas moedas”, rejeitando assim qualquer intenção de desestabilizar a economia mundial ;
- Ele destacou que os BRICS são um grupo unificado em torno dos valores de cooperação e prosperidade mútua, e não uma aliança dirigida contra os Estados Unidos ou seus aliados ;
- O Kremlin ressaltou que a Rússia e os outros membros dos BRICS não buscam, de forma alguma, competir com a supremacia do dólar, mas sim fortalecer suas relações econômicas internas.
Essa declaração teve como objetivo acalmar as tensões e redefinir as intenções do grupo dos BRICS em um contexto onde as relações com os Estados Unidos permanecem tensas. O Kremlin enfatiza a dimensão coletiva do grupo, que, segundo ele, não é motivado por rivalidades monetárias ou ambições geopolíticas de grande alcance, mas por um desejo de cooperação econômica regional e internacional.
Os BRICS e a ascensão do Yuan
Apesar das negações russas, existem dinâmicas internas ao grupo que vão além das declarações políticas. Enquanto a Rússia enfatiza a unidade e cooperação, a China, como líder econômica desse bloco, busca uma estratégia de diversificação monetária.
O governo chinês trabalha ativamente para promover o uso do yuan nas trocas internacionais, especialmente por meio de acordos bilaterais e iniciativas como os “acordos de swap de moedas entre bancos centrais”. Isso demonstra a vontade de reduzir a dependência do dólar em algumas regiões do mundo, sem, contudo, visar uma substituição imediata.
Essa abordagem, embora não confronte diretamente a dominação do dólar, reflete um interesse crescente dos BRICS, em particular da China, pela internacionalização do yuan. O recente projeto da China de criar uma zona de livre comércio em yuan na Ásia e na África pode ser visto como um sinal de uma evolução gradual do sistema financeiro internacional.
No entanto, os obstáculos permanecem numerosos: a volatilidade do yuan, as resistências de alguns países em adotar uma moeda controlada pela China, e a evidente resistência dos Estados Unidos em perder sua posição de liderança nas trocas mundiais.
Embora o Kremlin se esforce para acalmar os ânimos rejeitando as acusações de Trump, é inegável que os BRICS, especialmente a China, desenvolvem estratégias monetárias que, a longo prazo, podem modificar a arquitetura financeira mundial. Os desenvolvimentos futuros dependerão da capacidade desses países de superar desafios econômicos e políticos, mantendo sua cooperação dentro do grupo. Os desafios são enormes, e a dominação do dólar pode, a longo prazo, ser contestada.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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