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Trump: O Bitcoin alivia o Dólar

15h15 ▪ 6 min de leitura ▪ por Nicolas T.
Informar-se Geopolítica

É difícil de acreditar, mas Donald Trump vê com bons olhos que o bitcoin se torne a moeda de reserva internacional por excelência.

Donald Trump, en gros plan dans un style bande dessinée des années 70, tient fermement une pièce de Bitcoin sur une balance qui penche clairement en faveur de la cryptomonnaie. En face, un symbole du dollar au visage triste est visiblement désavantagé. Le fond aux teintes orange dramatise la scène et symbolise la montée en puissance du Bitcoin face au dollar.

Em resumo

  • Trump apoia um dólar mais fraco para incentivar a produção americana e reduzir o déficit comercial.
  • A Casa Branca planeja uma reserva estratégica de bitcoins, com iniciativas para acumular o máximo possível de bitcoins antes que ele se torne uma moeda internacional importante.

O sacrifício inevitável do dólar

O dólar caiu mais de 11% desde o início do ano (DXY). A Morgan Stanley espera que ele caia mais 9% nos próximos 12 meses. Ótima notícia para Donald Trump, cuja prioridade é estimular a produção americana.

O presidente americano acredita que um dólar forte prejudica a indústria manufatureira e a competitividade dos Estados Unidos. Ele declarou em 2017: “nossa moeda está muito forte e estamos morrendo lentamente por causa disso”.

Qual é o objetivo dele? Reduzir o déficit comercial insustentável do país. Essa política de desvalorização competitiva, chamada de “o acordo de Mar-a-Lago”, é a origem da estratégia das tarifas alfandegárias.

Mensagem recebida na Ásia, onde o dólar está sendo ativamente descartado. O dólar perdeu 10% em relação à moeda taiwanesa desde o começo de abril. E mais de 5% em relação às moedas coreana, tailandesa, malaia e singapuriana.

Alguns falam de “crise asiática invertida” em referência ao colapso das moedas asiáticas dos anos 90. Na época, os países da região haviam adotado o hábito de acumular grandes reservas de dólares por precaução. Mas talvez não por muito tempo.

Segundo Robin Xing, economista-chefe da Morgan Stanley, os investidores asiáticos estão adotando uma estratégia de diversificação e abandonando a ideia ultrapassada da supremacia absoluta do dólar.

O mesmo é comentado na CNBC, onde o bilionário Philippe Laffont declarou que “a desdolarização do mundo [e] o fim do excepcionalismo americano” certamente beneficiarão o bitcoin.

Nada muito novo sob o sol. Porém, o que é mais surpreendente é que a Casa Branca não se preocupa nem um pouco que o bitcoin possa fazer sombra ao dólar.

O fim do privilégio exorbitante

É difícil reconciliar o fato de Donald desejar um dólar fraco enquanto quer que ele continue como a moeda de reserva internacional por excelência.

Ele ainda declarou em 15 de junho de 2025 que “O dólar deve permanecer forte; é a espinha dorsal da nossa economia e da confiança que o mundo deposita em nós. Não podemos permitir que ele enfraqueça, especialmente com todos os desafios que enfrentamos globalmente”.

A ex-presidente do Brasil não deixou de apontar essa contradição. Dilma Rousseff lembrou que o déficit comercial dos Estados Unidos se deve principalmente ao “privilégio exorbitante” do dólar, que incentiva Washington a se endividar e importar mais do que exporta, sem consequências imediatas:

Em outras palavras, Donald Trump não poderá ter o queijo e o dinheiro do queijo. Voltar a ser uma potência manufatureira ou deter a moeda de reserva mundial, será preciso escolher. Ele sabe disso, pelo menos é o que suas últimas declarações sobre o bitcoin sugerem:

Notei que estamos pagando cada vez mais em Bitcoin… Algumas pessoas dizem que isso alivia muita pressão sobre o dólar, e que isso é algo excelente para o nosso país.

Donald Trump

O privilégio exorbitante é uma faca de dois gumes. Requer estar na vanguarda da inovação enquanto impede o surgimento de rivais. Infelizmente, a China veio estragar a festa.

Basta olhar para a deriva da relação dívida/PIB e para os déficits gêmeos (comercial e orçamentário) dos Estados Unidos para se convencer. É o efeito bumerangue de décadas de hegemonia monetária.

Resta a jogada arriscada chamada bitcoin.

O dólar está morto, viva o bitcoin

A reserva estratégica de bitcoins não é uma miragem. Ela está chegando. Isso foi declarado pelo assessor da Casa Branca Bo Hines nesta sexta-feira:

Estamos construindo a infraestrutura para estabelecer a reserva estratégica e aumentar nossas reservas de bitcoins. Repetimos muitas vezes que o bitcoin é o ouro digital e acreditamos que está no interesse dos Estados Unidos acumular o máximo possível.

Bo Hines, assessor da Casa Branca responsável pelo dossier Bitcoin

A única restrição será não interferir no orçamento da nação. No entanto, os olhares significativos de Bo Hines para a senadora Cynthia Lummis sugerem que o plano é trocar ouro por bitcoin:

Donald Trump aposta que adquirir milhões de bitcoins compensará a perda do privilégio exorbitante. Os próximos meses prometem ser realmente fascinantes.

Enquanto o Congresso americano não dá o sinal verde, a Agência Federal de Financiamento Habitacional (FHFA) acaba de aprovar o bitcoin como garantia para obtenção de empréstimo imobiliário.

Essa decisão ecoa as recentes declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, que afirmou que os bancos são livres para integrar o bitcoin em suas atividades. Dito isso, é importante notar que todos os grandes bancos americanos já permitem que seus clientes comprem bitcoins através de seus aplicativos.

O Citibank declarou que o bitcoin poderia “se tornar a moeda preferida para o comércio internacional”. O Bank of America, por sua vez, compara-o a inovações como a imprensa, a lâmpada ou a inteligência artificial:

É certo que 2025 será um ano decisivo. O mundo inteiro seguirá os Estados Unidos e seria um grande desafio se o bitcoin não alcançasse 200.000 dólares num futuro muito próximo.

Não perca nosso artigo: BTC/USD: A corrida de alta retoma seu lugar.

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Nicolas T.

Reporting on Bitcoin and geopolitics.

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