Trump planeja substituir Jerome Powell na presidência do Fed

Em uma recente declaração contundente, Donald Trump não poupou palavras ao falar sobre Jerome Powell. O presidente americano afirmou: “Sua demissão não poderia acontecer cedo demais”, e que o dispensaria sem hesitar se quisesse.

A confrontação entre Trump e Powell se intensifica

Donald Trump declarou na última quinta-feira, durante uma reunião no Gabinete Oval, que Jerome Powell “sairia muito rápido” se ele decidisse. Essa afirmação ocorre apesar da independência teórica do Fed e das dúvidas dos especialistas quanto à capacidade legal do presidente de demitir o presidente do Fed por simples divergência política.

Essa ameaça faz parte de uma longa série de críticas feitas por Trump a Powell, a quem acusa de ter permitido que a inflação disparasse durante e após a pandemia. O presidente deseja reassumir o controle da política monetária americana para alinhar seus objetivos econômicos aos do banco central.

Scott Bessent, o novo secretário do Tesouro, moderou essas declarações dizendo que “a política monetária é um tesouro a ser preservado“, ao mesmo tempo em que confirmou que a administração começará a entrevistar candidatos para substituir Powell ainda neste outono.

Esse anúncio sugere que, mesmo que Powell não seja demitido imediatamente, Trump já está ativamente se preparando para sua substituição antes do término do mandato, em 2026.

Os mercados financeiros observam essa situação com apreensão, pois uma ruptura com a independência tradicional do Fed poderia provocar uma instabilidade significativa. A política monetária americana influencia a economia global e qualquer mudança brusca pode causar repercussões internacionais.

Kevin Warsh, retrato do potencial sucessor

Kevin Warsh, 55 anos, ex-vice-presidente do Morgan Stanley e governador do Fed de 2006 a 2011, é considerado o favorito para suceder Powell. Sua experiência durante a Grande Recessão, onde atuou como principal intermediário com Wall Street, lhe confere uma credibilidade significativa no mundo financeiro.

Em uma coluna publicada no Wall Street Journal, Warsh criticou o Fed por ter permitido que a inflação subisse drasticamente durante a pandemia. Ele atribui esse aumento a “um governo que gastou demais e um banco central que imprimiu demais“, alinhando sua visão com a de Trump.

Atualmente pesquisador na Instituição Hoover e na Universidade de Stanford, Warsh aconselhou recentemente a equipe de transição de Trump sobre política econômica. Sua proximidade com o presidente e sua visão crítica da gestão atual do Fed o tornam o candidato ideal para Trump, que busca reorientar a política monetária americana.

Se essa transição na liderança do Fed se concretizar, marcará um ponto de virada importante na política monetária americana e poderá redefinir o equilíbrio de poderes entre a Casa Branca e a instituição monetária tradicionalmente independente.

Enquanto isso, Trump intensifica sua pressão contra Powell e exige uma resposta rápida do Fed diante da inflação. Poderia a saída do presidente do banco central ocorrer antes do previsto?