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Um americano condenado por ajudar a Coreia do Norte a infiltrar a tecnologia dos EUA

12h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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Se Pyongyang ainda não lançou mísseis contra os Estados Unidos, acredite, o ataque já está em andamento. Mas em outros fronts. O exército de Kim Jong-un avança silenciosamente, vestido de desenvolvedor. Objetivo: aniquilar o inimigo por dentro, teclado após teclado. Bem-vindo à era do hacking norte-coreano, onde linhas de código substituem linhas de frente.

Um homem algemado, abatido, em uma sala de interrogatório, sob uma luz forte, observado por silhuetas através de um vidro.

Em resumo

  • Minh Vong preso e condenado após ajudar hackers norte-coreanos a infiltrarem a tecnologia americana.
  • Ele recebeu 970.000 dólares se passando por desenvolvedor para empresas americanas.
  • Os hackers tiveram acesso a sistemas sensíveis graças a credenciais fornecidas por Vong.
  • A investigação revela uma operação financiada por Pyongyang via fazendas de laptops e identidades falsas.

O falso desenvolvedor que capturou a tecnologia americana

Será uma nova jogada do Grupo Lazarus? O mistério permanece, mas o caso já gelou o sangue. Minh Phuong Ngoc Vong, cidadão americano de 40 anos, foi recentemente condenado a 15 meses de prisão. Seu crime? Ter emprestado sua identidade a hackers norte-coreanos para infiltrar pelo menos 13 empresas americanas, incluindo várias contratadas por agências governamentais.

Entre 2021 e 2024, Vong assumiu o papel de desenvolvedor exibindo um currículo fictício: diploma falso, experiência falsa e até um suposto nível de autorização secreto. Tudo isso para permitir que agentes norte-coreanos, incluindo um chamado “William James” baseado em Shenyang, trabalhassem remotamente sob sua cobertura. Empresas, acreditando contratar um americano, financiaram involuntariamente operações de hacking vindas da Ásia.

O mais grave: Vong até obteve um contrato com a FAA, a administração federal da aviação, acessando sistemas ligados à defesa nacional. Um clique foi suficiente para abrir uma porta para dados sensíveis.

Como resume Roman Rozhavsky, da Divisão de Contrainteligência do FBI:

A Coreia do Norte permanece determinada a financiar seus programas de armamento enganando empresas americanas e explorando vítimas americanas de roubo de identidade, mas o FBI está igualmente determinado a interromper essa vasta campanha e levar seus autores à justiça. 

Hackers invisíveis, salários bem reais

Os hackers norte-coreanos não apenas se infiltram. Eles recebem pagamento. Minh Vong recebeu mais de 970.000 dólares em salários, repassando grande parte para seus cúmplices. Oficialmente, ele era desenvolvedor para treze empresas. Nos bastidores, era a fachada de uma rede de agentes digitais.

As “laptop farms”, ou fazendas de laptops, tornaram-se uma ferramenta estratégica: residências americanas que abrigam computadores fornecidos por empresas, controlados remotamente por norte-coreanos. O esquema é simples: um americano empresta seus documentos, seu acesso, sua conexão. Em troca, recebe uma comissão, enquanto o verdadeiro trabalho é feito em Pyongyang ou Shenyang.

Uma investigação revelou que um dos desenvolvedores que recomendou Vong em uma entrevista virtual descobriu, muito tempo depois, que a pessoa encontrada não era a mesma das fotos de identidade.

Como lembra o DOJ em um comunicado:

As comunicações de Doe mostram que ele provavelmente é um cidadão norte-coreano trabalhando para gerar receita para o governo norte-coreano. Nesse sentido, o tribunal considera que os conspiradores obtiveram acesso não autorizado a sistemas governamentais sensíveis.

Enquanto isso, Pyongyang embolsa discretamente milhões de dólares.

Criptomoedas, IA, sabotagem digital: a tecnologia sob pressão

Os hackers norte-coreanos não se limitam a dados sensíveis. Também atacam as criptomoedas. Em 2025, mais de 2 bilhões de dólares em ativos digitais teriam sido roubados. Plataformas como Upbit e Bybit foram alvo, usando métodos cada vez mais sofisticados.

O regime agora aposta na inteligência artificial. Desde os anos 90, a Coreia do Norte investe em pesquisas sobre reconhecimento de voz, processamento de dados e otimização. Hoje, relatórios mencionam o uso ilegal de GPUs Nvidia para acelerar o hacking.

Os cibercriminosos norte-coreanos exploram cada falha tecnológica, também mirando as startups cripto. Eles se candidatam, obtêm acessos e depois sifonam carteiras digitais remotamente. A tecnologia mundial tornou-se seu campo de batalha.

Alguns números que gelam o sangue:

  • Mais de 13 empresas de tecnologia americanas infiltradas por Minh Vong entre 2021 e 2024;
  • Quase 970.000 dólares pagos por trabalho feito por hackers norte-coreanos;
  • Um único indivíduo (Vong) permitiu acesso a sistemas ligados à defesa;
  • Em 2025, 2 bilhões de dólares em criptomoedas roubados pela Coreia do Norte;
  • O regime financia seus mísseis graças a essas operações cibernéticas discretas.

A ameaça norte-coreana não é mais virtual, é bem real. As infiltrações na tecnologia e ataques às criptomoedas continuam crescendo. Diante dessa guerra nas sombras, os Estados se fecham. Em todo o mundo, os esforços se multiplicam para detectar, neutralizar e processar hackers norte-coreanos. O teclado virou arma, e o campo de batalha, global.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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