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Trump pressiona a OTAN para cortar as compras de petróleo russo

17h15 ▪ 5 min de leitura ▪ por Luc Jose A.
Informar-se Geopolítica

Enquanto a guerra na Ucrânia entra numa fase crítica, Donald Trump joga uma pedra na diplomacia. O presidente americano afirmou que nenhuma nova sanção contra Moscou será tomada enquanto os países da OTAN continuarem comprando petróleo russo. Essa declaração expõe as fissuras persistentes dentro da Aliança e relança a questão da sua coerência estratégica diante da Rússia.

Trump pede que a OTAN corte as compras de petróleo russo

Em resumo

  • Donald Trump condiciona novas sanções contra a Rússia à parada total das compras de petróleo pelos países da OTAN.
  • Vários Estados membros, incluindo Hungria e Eslováquia, continuam a importar petróleo russo via oleoduto Droujba, apesar das sanções europeias.
  • Trump acusa essas práticas de enfraquecer a posição da Aliança frente a Moscou e pede uma resposta coordenada.
  • Paralelamente, propõe impor tarifas alfandegárias massivas sobre produtos chineses para quebrar seu apoio à Rússia.

O ultimato energético : Trump ameaça bloquear as sanções

Em uma mensagem divulgada neste sábado, 13 de setembro, em sua rede Truth Social, Donald Trump lançou um aviso direto aos membros da OTAN, enquanto muitos observadores preveem uma guerra inevitável entre a Europa e a Rússia. O presidente americano afirma que não tomará nenhuma nova sanção contra Moscou enquanto os países aliados continuarem a importar petróleo russo.

“Estou pronto para impor sanções significativas contra a Rússia, a partir do momento em que todos os países da OTAN também decidirem e quando todos os países da OTAN PARAREM DE COMPRAR PETRÓLEO DA RÚSSIA”, escreveu ele.

Essa declaração ocorre num contexto geopolítico tenso, marcado pelo ressurgimento das tensões no Leste Europeu. Apesar das sanções impostas pela UE desde 2022, alguns países ainda possuem isenções.

O tom usado por Trump revela a vontade de forçar a unidade estratégica da Aliança, visando os Estados membros que, segundo ele, não cumpriram seus compromissos energéticos com a Ucrânia. Entre os fatos notáveis:

  • A Hungria e a Eslováquia, dois países membros da OTAN, continuam a importar petróleo russo via oleoduto Droujba, ainda provisoriamente isento das sanções europeias;
  • Trump disse estar “muito descontente” com essa situação, durante uma conversa telefônica no início de setembro com líderes europeus em Paris, segundo declarações do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky;
  • Ele acusa essas práticas de enfraquecer a posição da OTAN em relação a Moscou, chegando a qualificar certos comportamentos como “chocantes”, porém sem nomear os países envolvidos;
  • Trump chama a OTAN a agir coletivamente para manter uma alavanca de negociação credível, ressaltando que a compra contínua de petróleo da Rússia enfraquece consideravelmente a capacidade de pressão da Aliança.

Com essa declaração, o presidente americano endurece consideravelmente o discurso com seus aliados, apresentando um verdadeiro ultimato energético. Ele condiciona a ação diplomática e econômica dos Estados Unidos a um alinhamento total das práticas europeias, uma abordagem que pode complicar as dinâmicas já frágeis dentro da OTAN.

A arma econômica : a China no alvo de Trump

Além da energia, Donald Trump pretende atacar outro front: o das relações econômicas com a China, um membro influente do bloco BRICS. Ainda no Truth Social, ele propôs que os países da OTAN imponham coletivamente tarifas alfandegárias de 50 a 100% sobre os produtos chineses, até que o conflito russo-ucraniano seja resolvido.

Esse posicionamento busca mobilizar a OTAN como uma aliança militar, mas também como um bloco comercial capaz de levar uma guerra econômica estruturada contra os apoios indiretos a Moscou.

Ao mirar Pequim, Trump busca enfraquecer os fluxos de apoio econômico que permitiriam à Rússia contornar as sanções atuais, como fizeram notadamente Índia e Turquia. A lógica é clara: isolar Moscou financeiramente, limitando seus mercados petrolíferos, enquanto pressiona seus parceiros estratégicos.

O envolvimento de Trump nesse tema levanta dúvidas sobre a viabilidade de sua abordagem. É realmente possível imaginar uma coalizão alfandegária da OTAN contra a China, num contexto em que as economias europeias permanecem dependentes das importações chinesas?

As tensões comerciais, como evidencia a manutenção das tarifas dos Estados Unidos sobre a China, poderiam fragilizar ainda mais as cadeias globais de suprimentos. Além disso, a eficácia de tal estratégia depende amplamente da capacidade dos membros da aliança de agir de forma coordenada, o que permanece incerto. A curto prazo, essa escalada retórica poderia sobretudo acentuar a polarização geopolítica e fragilizar os esforços diplomáticos de desescalada.

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Luc Jose A.

Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.

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