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De 5% para menos de 4%: Nova regra bancária pode transformar a economia dos EUA

Sun 18 May 2025 ▪ 6 min de leitura ▪ por Mikaia A.
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Washington está prestes a eliminar uma das regras principais estabelecidas após a crise financeira de 2008. Uma reforma discreta, mas decisiva, está prestes a redefinir os fundamentos da regulação bancária americana. De fato, os reguladores planejam modificar profundamente o “supplementary leverage ratio” (SLR), um pilar da estabilidade pós-crise. Se for aprovada, essa decisão pode transformar a arquitetura financeira, com consequências significativas para a economia mundial.

Banqueiro discutindo o SLR, uma balança pesando 5% e 4% acima de suas cabeças

Em resumo

  • Os Estados Unidos planejam flexibilizar o índice de alavancagem imposto após a crise de 2008.
  • Essa reforma visa liberar capital para apoiar a economia e os mercados de títulos.
  • O SLR obriga hoje os bancos a manter 5% de capital, sem ponderação.
  • As críticas temem um novo enfraquecimento do sistema financeiro em caso de choque brusco.

Por que aliviar o SLR? Os apoiadores querem reativar a economia

Para os promotores desta reforma, o objetivo é claro: adaptar a regulação bancária a uma nova realidade econômica. As regras impostas após 2008 são consideradas rígidas demais em um mundo onde a liquidez se tornou crucial. Aliviando o SLR, os bancos poderiam novamente apoiar a economia comprando mais títulos do Tesouro, ao mesmo tempo em que financiam as empresas com mais facilidade.

Essa medida faz parte da estratégia de desregulamentação defendida pela administração Trump. Ao alinhar as normas americanas às da Europa ou da Ásia, as autoridades pretendem reforçar a competitividade das instituições financeiras nacionais.

Punir bancos que detêm ativos de baixo risco, como os títulos do Tesouro, compromete sua capacidade de apoiar a liquidez do mercado”, afirmou Greg Baer, diretor do Bank Policy Institute. Tradução: é preciso remover as barreiras regulatórias para que o sistema bancário possa desempenhar seu papel em tempos de crise.

Além disso, alguns especialistas consideram que o SLR atrapalha desnecessariamente a agilidade dos bancos em um ambiente onde a adaptabilidade é vital. “O mercado do Tesouro americano pode travar em tempos de crise, em parte por causa do SLR”, alerta Darrell Duffie, professor em Stanford.

A mensagem é clara: mais margem de manobra significa mais resiliência para a economia.

Uma reforma que beneficia os bancos… e a economia?

A flexibilização do SLR devolve fôlego aos grandes bancos americanos. Isso lhes permitiria liberar capital para financiar atividades consideradas mais produtivas, em benefício direto da economia. Instituições como JP Morgan ou Goldman Sachs veem nessa medida uma alavanca para voltarem a ser pilares de um ecossistema financeiro dinâmico.

Além disso, essa mudança favorecerá a retomada de algumas operações abandonadas desde 2014. Os bancos poderiam se reposicionar no mercado de dívida pública, hoje dominado por hedge funds e traders de alta frequência.

A longo prazo, esta reforma também poderia reduzir os custos de empréstimos, aumentando a demanda por títulos públicos. Donald Trump vê aí uma oportunidade para impulsionar a economia americana ao mesmo tempo em que facilita o financiamento dos gastos do Estado. Uma alternativa ao bitcoin e outras criptomoedas, ativos que ele parece estar valorizando atualmente.

Muitos observadores também lembram que as exigências atuais do SLR nos Estados Unidos (5%) são muito mais rígidas do que em outras regiões do mundo, onde variam entre 3,5% e 4,25%. Os apoiadores da reforma veem isso apenas como um reequilíbrio.

Contudo, os efeitos positivos supõem uma implementação cuidadosa. A economia é um terreno sensível, e cada alavanca acionada pode produzir efeitos colaterais inesperados. É nessa zona cinzenta que o debate se intensifica.

O que é o SLR e por que foi instituído?

O SLR foi introduzido em 2014. Ele obriga os grandes bancos a manterem uma certa porcentagem de capital referente ao total de seus ativos, sem ponderar o risco. Essa regra buscava evitar que a economia mergulhasse novamente em uma crise como a de 2008.

Concretamente, aqui está o que você deve lembrar:

  • Os oito maiores bancos americanos devem manter um capital equivalente a 5% de seus ativos;
  • Na Europa ou Ásia, o índice fica entre 3,5% e 4,25%;
  • Em caso de estresse nos mercados, essa reserva limita falências em cascata;
  • O índice é calculado sem considerar o risco específico de cada ativo;
  • A reforma poderia aumentar a participação dos bancos na dívida pública, estimada em 1,8 trilhão de dólares de um total de 28 trilhões.

Mas as críticas não param. Segundo a senadora Elizabeth Warren:

Essas propostas colocariam toda a nossa economia em perigo de outro colapso pago pelos contribuintes.

Tradução: a memória de 2008 ainda é viva.

À medida que a reforma do SLR se aproxima, outra decisão complementa essa grande manobra. O Office of the Comptroller of the Currency (OCC) recentemente autorizou os bancos americanos a comprar, vender e armazenar criptomoedas. Essa convergência entre desregulamentação bancária e abertura à finança digital reflete uma ambição clara: reforçar o poder econômico dos Estados Unidos em um mundo em rápida mudança.

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Mikaia A.

La révolution blockchain et crypto est en marche ! Et le jour où les impacts se feront ressentir sur l’économie la plus vulnérable de ce Monde, contre toute espérance, je dirai que j’y étais pour quelque chose

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