Ucrânia exige cessar-fogo antes de reunir-se com a Rússia
À medida que a guerra russo-ucraniana se arrasta para o seu quarto ano, um possível encontro entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin em Istambul pode mudar as cartas em jogo. Pela primeira vez em meses, Kiev aceita a ideia de negociações diretas. Zelensky anunciou neste domingo, 11 de maio, que esperará por Putin na quinta-feira, 15, em Istambul. No entanto, a Ucrânia impõe uma condição firme: nenhuma troca acontecerá sem um cessar-fogo total, exigido já a partir desta segunda-feira. Trata-se de uma exigência carregada de significado, em um conflito onde cada gesto diplomático é cuidadosamente observado.
Em resumo
- Volodymyr Zelensky aceita se encontrar com Vladimir Putin na quinta-feira, 15 de maio, em Istambul para negociações diretas.
- O presidente ucraniano condiciona esse encontro a um cessar-fogo completo e imediato, a partir de segunda-feira, 12 de maio.
- Vladimir Putin aceita a ideia de negociações, mas rejeita qualquer condição prévia antes do diálogo.
- O encontro permanece incerto: se Moscou recusar a trégua exigida por Kiev, a cúpula pode ser comprometida.
Um encontro condicionado : a aposta diplomática de Zelensky
Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, declarou em uma mensagem publicada no X (ex-Twitter), no domingo, 11 de maio :
Esperarei por Putin na Turquia na quinta-feira. Pessoalmente. Espero que desta vez os russos não procurem desculpas.
Esse anúncio marca uma virada na estratégia diplomática de Kiev, que até então se opunha firmemente a qualquer diálogo sem pré-condição. O presidente ucraniano aceita encontrar seu homólogo russo no dia 15 de maio em Istambul, mas condiciona sua presença a um compromisso imediato de Moscou : “um cessar-fogo completo e duradouro”, a partir desta segunda-feira, 12 de maio. Ele considera que uma trégua é “necessária para estabelecer as bases da diplomacia”.
Aqui estão os pontos-chave dessa abertura diplomática :
- O local e a data: Istambul, quinta-feira, 15 de maio, uma escolha geopolítica forte, com a Turquia já tendo desempenhado um papel de mediação no passado ;
- A posição de Kiev : aceitação do diálogo, mas somente se um cessar-fogo entrar em vigor antes das negociações ;
- A natureza da declaração : Zelensky tomou a iniciativa nas redes sociais, dirigindo-se diretamente a Putin ;
- O objetivo declarado : criar as condições necessárias para uma negociação séria, após meses de guerra de posições.
O formato proposto, bilateral e direto, lembra as raras tentativas de mediação observadas desde 2022. A referência a uma trégua a partir de 12 de maio posiciona a Ucrânia como o ator que condiciona o diálogo a um alívio imediato.
Ao escolher anunciar sua participação pessoalmente, Zelensky reforça sua posição como líder ativo na busca de uma solução política, ao mesmo tempo em que pressiona Moscou para que responda concretamente à sua própria proposta.
Entre desconfiança estratégica e pressões internacionais : as linhas se movem
Por sua vez, Vladimir Putin estabeleceu seus próprios limites. Assim, em uma declaração noturna, o presidente da Rússia, um dos países membros dos BRICS, exigiu que as discussões ocorressem “sem pré-condições”.
Ele esclarece que a questão do cessar-fogo pode ser abordada, mas somente se as negociações inicialmente tratassem das “causas profundas do conflito”. Essa recusa a qualquer exigência prévia reforça a ambiguidade da posição russa, já criticada por vários ministérios estrangeiros ocidentais como uma estratégia para ganhar tempo.
Enquanto os olhos estão voltados para Istambul, as vozes dos aliados ocidentais divergem. Emmanuel Macron, presente em Kiev no sábado ao lado de seus homólogos alemão, britânico e polonês, considerou que “a proposta de Moscou é um primeiro movimento, mas que não é suficiente”. Ele lembrou que “o cessar-fogo incondicional não é precedido por negociações, por definição”, e insistiu na necessidade de garantias concretas.
Do outro lado do Atlântico, Donald Trump encorajou um encontro imediato, mesmo sem um cessar-fogo prévio, a fim de “determinar se um acordo é possível, e se não for, os líderes europeus e os Estados Unidos saberão com o que contar”. Essas posições revelam a complexidade da equação diplomática: entre a prudência europeia e o voluntarismo americano, a Ucrânia se encontra no centro de um equilíbrio instável.
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Diplômé de Sciences Po Toulouse et titulaire d'une certification consultant blockchain délivrée par Alyra, j'ai rejoint l'aventure Cointribune en 2019. Convaincu du potentiel de la blockchain pour transformer de nombreux secteurs de l'économie, j'ai pris l'engagement de sensibiliser et d'informer le grand public sur cet écosystème en constante évolution. Mon objectif est de permettre à chacun de mieux comprendre la blockchain et de saisir les opportunités qu'elle offre. Je m'efforce chaque jour de fournir une analyse objective de l'actualité, de décrypter les tendances du marché, de relayer les dernières innovations technologiques et de mettre en perspective les enjeux économiques et sociétaux de cette révolution en marche.
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